Dois meninos brincavam na caixa de areia do parque do bairro. Eram tão parecidos que pareciam irmãos. Remexiam na terra, empilhando montes e os chamando de castelos.
- Vamos filho – disse Vítor, o pai de um dos meninos.
O pequeno se levantou, bateu a areia do corpo, mas o amigo reclamou:
- Você não pode ir embora sem terminarmos – o outro garoto se levantou e ambos se olharam.
Deram o sorriso mais maroto que tinham e gritaram pisoteando os castelos:
- Gigantes! Gigantes! Gigantes! – destruíram o murundu de areia, se abraçaram e deram tchau um para o outro.
O filho pegou na mão de Vítor e caminharam para fora do parque, porém, no meio do caminho, ele parou e apontou para um banco distante, onde estava sentado o pai do outro menino que a tudo assistia.
- Você não vai dar um abraço de tchau para o pai do meu melhor amigo?
Vítor olhou para o homem sentado quase do outro lado do parque. Respirou fundo, caminhou até lá e ficou diante dele. O outro se levantou e se abraçaram fortemente. Ambos choraram. Eram tão parecidos que pareciam irmãos... Na verdade, eram irmãos que há muito haviam brigado e, agora, estavam abraçados.
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